Sunday, March 4, 2007

Bom dia Filipina

A meio do jantar, iluminado por velas, perdi a paciência contigo...qualquer motivo me fez exaltar, o que foi? já nem me lembro... mas no fundo sabemos que foi o de sempre.

Ontem expliquei-te o que era jogar ao "bom dia Filipina" e perguntei-te se querias jogar comigo. Só o facto de te explicar e ensinar as palavras já foi...perfeito! Mas quando hoje, às 6 horas, o meu despertador toca e a primeira coisa que me dizes com o teu sotaque estranho de quem não sabe bem o que está a dizer mas com o entusiasmo de uma criança que quer uma prenda: Bom dia Filipina. Nesse instante fui tão feliz que podia oferecer-te o mundo como prenda.

Mas o mundo é grande e a nossa casa pequena.

Durante o dia, por um acaso, encontrei um filme de que me falaste e achaste quase imperdoável que nunca o tenha visto...querias por tudo que eu o visse. Foi há uns dois dias penso...durante esses dois dias não falaste de outra coisa e hoje, por um acaso, encontrei o filme.

Pensei que poderías querer trocar a prenda por uma surpresa: Não me enganei.

Cheguei ainda não tinhas chegado. Preparei o jantar. Chegaste. Não me enganei. A tua felicidade era mais que evidente, com o filme, com o jantar.

A tua felicidade era tanta, sentia-se, que me deste um beijo... na face.

E depois perdi a paciência contigo...por um motivo qualquer que já não me lembro.

Não me sai da cabeça as tuas palavras: Vamos para casa...


Não me saiem da cabeça porque apesar de ser tudo o que queria ouvir não sei se as razões pelas quais foram ditas são as que queria sentir...


Mas ouvi. E apesar de não ter ido para casa, não nesse instante, apesar de teres retirado essas mesmas palavras no minuto a seguir e logo me teres empurrado para alguém que aguardava por mim, como eu aguardo por ti, Eu fui para casa. Fui para casa cinco minutos depois, nem mais, nem menos. O Tempo de deixar de te ver no horizonte, o tempo dos meus labios beijarem outra alma.


Fui para casa. Sem dúvidas que tinha perdido esta batalha entrei e não foi preciso mais que olhar a tua expressão para saber que poderías sentir tudo menos indiferença, não trocámos nem uma palavra, não foi preciso...


Senti o teu agradecimento quando paraste de pintar e me vieste pôr uma manta por cima, estava a ver o rio do nosso muro, trouxeste-me chá e uma voz meiga.


E nessa noite deitei-me sozinha, cansada, e quando acordei dormias perto de mim como que agradecido de ter vindo para casa.Nada mais, penso...


senti a derrota, mas não desisti...longe do teu olhar, indefenido entre o amor e o egoísmo, e enquanto assim permanecer, os meus lábios voltarão a beijar outras almas.


Mas não te preocupes...porque enquanto quiseres, mesmo que cinco minutos depois, eu voltarei sempre para casa.